22.2.07
Senhor, não lhes perdoes porque (não) sabem o que fazem...
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«Veja-se quanto não pode a ignorância e os entendimentos de verdadeiros vândalos! »
José Duarte de Oliveira Júnior, 1875
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"Poda" de plátanos em Lagoa, freguesia de Aboim, concelho de Fafe
(fotos enviadas por Alexandre Leite)
Etiquetas: Fafe
Há todavia certos factos perante os quais é quase uma vergonha o silêncio!
Em 1875 (sim, leram bem: 1875!), José Duarte de Oliveira Júnior, escrevia:
«Supomos que não haverá ninguém que, por mero divertimento ou para matar o tédio, tome da pena como arma ofensiva e venha para a imprensa agredir um indivíduo ou ofender uma corporação. Quem tal fizesse teria dado provas da baixeza do seu carácter ou da perversidade do seu talento.
Esta é a nossa maneira de pensar, esta a nossa maneira de proceder. Censurar não é atacar violentamente e quando censuramos é com maior pesar e por vezes com a máxima repugnância, porque a nossa aspiração constante seria elogiar sem sair dos limites do justo.
Há todavia certos factos perante os quais é quase uma vergonha o silêncio.
O que ultimamente tem sucedido com a jardinagem portuense* está clamando não diremos vingança, mas um protesto selene. É o que fazemos: protestamos. Julgamos isso um dever.
A jardinagem de uma cidade é um ramo importante do serviço público e deve merecer todo o cuidado da câmaras municipais. O vereador encarregado deste pelouro não deve ignorar tão completamente os rudimentos de horticultura que deixe praticar as maiores arbritariedades ao pessoal que lhes obedece. Quando o município não tem empregados peritos e suficientemente ilustrados, é necessário que o director do pelouro tenha o senso comum suficiente para consultar as pessoas entendidas e deixar-se guiar pelos seus conselhos. (...) p. 97
(...)Veja-se quanto não pode a ignorância e os entendimentos de verdadeiros vândalos! Muito de propósito, para que os vindouros possam avaliar os actos de selvajaria que se praticavam nos fins do século XIX na ditosa pátria minha amada, mandamos fazer estes desenhos, que falam mais ao vivo do que qualquer minuciosa descrição. Em face deste vandalismo poderíamos realmente ficar silenciosos? (...)» p. 99
José Duarte de Oliveira Júnior, “Crónica Hortícola-agrícola”, Jornal de Horticultura-Prática, Vol. VI, 1875 (ler versão on line > imagens 55 e 56 )
NB: *Substituir portuense pelo gentílico correspondente à localidade onde continuam a ser praticados impunemente os aterradores actos de selvajaria que este blogue, e este, e este , e este (entre outros) têm vindo a denunciar.
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«Supomos que não haverá ninguém que, por mero divertimento ou para matar o tédio, tome da pena como arma ofensiva e venha para a imprensa agredir um indivíduo ou ofender uma corporação. Quem tal fizesse teria dado provas da baixeza do seu carácter ou da perversidade do seu talento.
Esta é a nossa maneira de pensar, esta a nossa maneira de proceder. Censurar não é atacar violentamente e quando censuramos é com maior pesar e por vezes com a máxima repugnância, porque a nossa aspiração constante seria elogiar sem sair dos limites do justo.
Há todavia certos factos perante os quais é quase uma vergonha o silêncio.
O que ultimamente tem sucedido com a jardinagem portuense* está clamando não diremos vingança, mas um protesto selene. É o que fazemos: protestamos. Julgamos isso um dever.
A jardinagem de uma cidade é um ramo importante do serviço público e deve merecer todo o cuidado da câmaras municipais. O vereador encarregado deste pelouro não deve ignorar tão completamente os rudimentos de horticultura que deixe praticar as maiores arbritariedades ao pessoal que lhes obedece. Quando o município não tem empregados peritos e suficientemente ilustrados, é necessário que o director do pelouro tenha o senso comum suficiente para consultar as pessoas entendidas e deixar-se guiar pelos seus conselhos. (...) p. 97
(...)Veja-se quanto não pode a ignorância e os entendimentos de verdadeiros vândalos! Muito de propósito, para que os vindouros possam avaliar os actos de selvajaria que se praticavam nos fins do século XIX na ditosa pátria minha amada, mandamos fazer estes desenhos, que falam mais ao vivo do que qualquer minuciosa descrição. Em face deste vandalismo poderíamos realmente ficar silenciosos? (...)» p. 99
José Duarte de Oliveira Júnior, “Crónica Hortícola-agrícola”, Jornal de Horticultura-Prática, Vol. VI, 1875 (ler versão on line > imagens 55 e 56 )
NB: *Substituir portuense pelo gentílico correspondente à localidade onde continuam a ser praticados impunemente os aterradores actos de selvajaria que este blogue, e este, e este , e este (entre outros) têm vindo a denunciar.
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