28.1.06
Dias sem árvores em Espinho
«Alguém que pode, mandou tronchar 4 árvores no recreio de uma Escola Secundária de Espinho. Consta que não foram necessárias reuniões, debates longos e fastidiosos rematados por actas a condizer, muito menos concílios de sábios ou pareceres de peritos. Rainha e senhora, a moto-serra decepou o que lhe mandaram decepar. Bastou uma manhã de azáfama, - a de 25 de Janeiro -, um punhado de braçais e outras tantas máquinas. Tudo a bem da segurança, a fazer fé no que ouvi dizer: o vento soprava forte de norte, vergava as árvores, ameaçando a dita segurança dos popós estacionados. Pelos vistos, os prédios de 3 andares, do outro lado da rua, a norte das árvores, não eram suficientes para conter a fúria da nortada.» (por Octávio Lima no Ondas3
5.1.06
Deitaram hoje a abaixo a maior árvore do meu bairro!
«... Não foi para passar uma estrada nova, nem para um novo edifício, nem porque estragava os passeios ou a estrada. Foi porque o projecto de requalificação não a pretendia ali. E foi mesmo abaixo. Estou a escrever-vos porque me parece que são das poucas pessoas que percebem totalmente como me sinto neste momento, e percebo também melhor o que têm sentido em relação aos Aliados e a outras situações de "requalificação". Envio fotos da infortunada árvore. Cumprimentos! Alexandre Leite (Fafe) »
Para este nosso amigo das árvores o ano não terminou bem e começou mesmo mal. E é com esta triste notícia que se inicia também no blogue a temível estação dos abates e das podas indiscriminadas das árvores. Não é suficiente estarmos alerta: eles têm a serra e a tesoura nas mãos e actuam sem avisar, impunemente, armados de uma ignorância e uma insensibilidade temíveis. Ainda hoje vi um chorão (Salix babylonia) barbaramente podado e há uma semana passei pela bela magnólia que no ano passado fora a primeira a florir nas redondezas e que agora vegeta com os seus "braços" decepados e sem flores no jardim do infantário.
Perguntamos a Alexandre Leite se alguém tinha avisado que iriam deitar abaixo o choupo. Eis a resposta: «O projecto de "requalificação" para o bairro incluiu alterações no sistema de esgotos e já que iam abirir a estrada, fizeram também uns passeios novos e um diferente ordenamento do estacionamento. Já agora, também fizeram um parque infantil no lugar de um outro que estava há muitos anos abandonado. Que eu saiba, a única informação que os moradores do bairro tiveram foi um cartaz que colocaram no início das obras. Esse cartaz, para além da indicação dos prazos e preço da obra, tinha algumas imagens feitas por computador de como iria ficar o "novo bairro". Na altura, reparei que no local onde estava este tal choupo que foi agora deitado abaixo, ele não estava representado. Via-se uma árvore de porte mais pequeno e mais centrada no espaço triangular onde ele se encontrava. Mas fiquei na dúvida se iam tirar de lá a árvore ou não. Podia ser simplesmente porque quem tivesse feito as imagens não tivesse uma imagem computorizada de uma árvore maior. Por essa altura mandei um email para a Câmara a perguntar o que estava previsto para aquele espaço. Se iam ou não deitar aquela árvore abaixo. Ninguém respondeu. Mandei depois uma carta. Podia ser que não tivessem recebido o mail...
Ninguém respondeu. Uns tempos depois telefonei a perguntar se tinham recebido a minha carta e se iriam responder. Disseram que tinham recebido e que iam já tratar do assunto. Até hoje, mais nada.
Imagino que para muita gente tenha sido uma surpresa, o derrube da árvore. Da mesma forma que foram surpresa todos os outros pormenores das obras. Mas também, para alguns até terá sido uma boa surpresa. Disseram-me que um vizinho chegou a fazer um abaixo assinado para que se deitasse a árvore abaixo, já que iam mexer na zona. Parece que se sentia incomodado com o "algodão" que os choupos libertam. Mas também conversei com alguns vizinhos, antes de ela ser derrubada, que quando eu lhes dizia, que se calhar, iam deitar a árvore abaixo, consideravam uma asneira tirá-la dali.»
Para este nosso amigo das árvores o ano não terminou bem e começou mesmo mal. E é com esta triste notícia que se inicia também no blogue a temível estação dos abates e das podas indiscriminadas das árvores. Não é suficiente estarmos alerta: eles têm a serra e a tesoura nas mãos e actuam sem avisar, impunemente, armados de uma ignorância e uma insensibilidade temíveis. Ainda hoje vi um chorão (Salix babylonia) barbaramente podado e há uma semana passei pela bela magnólia que no ano passado fora a primeira a florir nas redondezas e que agora vegeta com os seus "braços" decepados e sem flores no jardim do infantário.
Perguntamos a Alexandre Leite se alguém tinha avisado que iriam deitar abaixo o choupo. Eis a resposta: «O projecto de "requalificação" para o bairro incluiu alterações no sistema de esgotos e já que iam abirir a estrada, fizeram também uns passeios novos e um diferente ordenamento do estacionamento. Já agora, também fizeram um parque infantil no lugar de um outro que estava há muitos anos abandonado. Que eu saiba, a única informação que os moradores do bairro tiveram foi um cartaz que colocaram no início das obras. Esse cartaz, para além da indicação dos prazos e preço da obra, tinha algumas imagens feitas por computador de como iria ficar o "novo bairro". Na altura, reparei que no local onde estava este tal choupo que foi agora deitado abaixo, ele não estava representado. Via-se uma árvore de porte mais pequeno e mais centrada no espaço triangular onde ele se encontrava. Mas fiquei na dúvida se iam tirar de lá a árvore ou não. Podia ser simplesmente porque quem tivesse feito as imagens não tivesse uma imagem computorizada de uma árvore maior. Por essa altura mandei um email para a Câmara a perguntar o que estava previsto para aquele espaço. Se iam ou não deitar aquela árvore abaixo. Ninguém respondeu. Mandei depois uma carta. Podia ser que não tivessem recebido o mail...
Ninguém respondeu. Uns tempos depois telefonei a perguntar se tinham recebido a minha carta e se iriam responder. Disseram que tinham recebido e que iam já tratar do assunto. Até hoje, mais nada.
Imagino que para muita gente tenha sido uma surpresa, o derrube da árvore. Da mesma forma que foram surpresa todos os outros pormenores das obras. Mas também, para alguns até terá sido uma boa surpresa. Disseram-me que um vizinho chegou a fazer um abaixo assinado para que se deitasse a árvore abaixo, já que iam mexer na zona. Parece que se sentia incomodado com o "algodão" que os choupos libertam. Mas também conversei com alguns vizinhos, antes de ela ser derrubada, que quando eu lhes dizia, que se calhar, iam deitar a árvore abaixo, consideravam uma asneira tirá-la dali.»