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17.5.06

Desassiso?

Esta intervenção nos lodãos em fente à entrada de Serralves poderá ou não ser um desassiso...
Mas porquê sem avisar?



Rua D. João de Castro- Porto
Segundo me disseram, um dos "cantoneiros" que estava a cortar as árvores informou que os lodãos precisavam de ser abatidos porque estavam "podres por baixo"; mas não informou quantos iam ser retirados (pois presumimos que não os deixem assim neste lindo estado!).
Divulgaremos mais informações logo que possível.

ADENDA (por pva)

Em contacto telefónico hoje de manhã com o Departamento de Espaços Verdes da Câmara do Porto, foi-nos confirmado que o abate das três árvores se deve a podridões nas raízes e na base dos troncos. Já em 2006 um grande lodão deste alinhamento, igualmente debilitado, tombou durante um temporal. A saúde de todas as árvores desta rua está a ser acompanhada pelos técnicos da Câmara, e não se prevêem mais abates proximamente. As árvores abatidas não serão substituídas de imediato: é aconselhável um período de quarentena para que os mesmos fungos que atacaram estas árvores não causem mais estragos.

Não temos motivos para duvidar da situação descrita nem para pôr em causa a competência dos técnicos camarários. Mesmo assim, uma intervenção tão drástica numa das mais bonitas e frondosas alamedas da cidade deveria ser anunciada e explicada com boa antecedência: para quem gosta de árvores é chocante ser-se confrontado sem aviso prévio com situações como esta; e a banalização dos abates inexplicados tem o efeito perverso de potenciar o atávico desprezo nacional pelas árvores.

Apesar de neste caso não haver, provavelmente, outra solução que não fosse a adoptada, importa assinalar que a doença das árvores não resultou de uma fatalidade. Há cerca de dois anos iniciaram-se obras nos passeios da Rua de D. João de Castro e do Largo de D. João III: enterraram-se cabos, cortaram-se raízes com a displicência habitual, e parte dos passeios foi asfaltada. Logo no ano seguinte morreram dois lodãos. O sistema automático de rega instalado nos canteiros que separam os passeios da faixa de rodagem ajudou ao aparecimento de podridões em árvores já vulneráveis. Finalmente, as podas, deixando expostas grandes feridas que nos lodãos têm particular dificuldade em cicatrizar, deram o golpe de misericórdia. Foram já seis os lodãos que se perderam em resultado destas acções inconscientes ou mal planeadas; podem vir a ser mais.

O que custa é saber que na CMP há gente que tem disto perfeito conhecimento, mas a quem a esquizofrenia instalada, com uma paralisante desarticulação entre os diversos serviços, não permite uma actuação eficaz. Há um regulamento de espaços verdes que, entre outras coisas, define as boas práticas com árvores em obras na via pública; pois esse regulamento, preparado pelo Departamento de Espaços Verdes, é olimpicamente desprezado pela Direcção Municipal da Via Pública, tanto nas obras que ela própria conduz como nos projectos a que dá o seu aval. Dois exemplos entre muitos: o caso dos novos plátanos na Av. da Boavista (confinados a quadrados minúsculos em passeios estreitíssimos), e o modo como decorrem as obras na Av. dos Aliados (onde as caldeiras das árvores foram revestidas com cimento).

Comments:
Está tudo maluco!! E quem são os Doutores que andam a ver "as doenças" das árvores? E quem é o "Organismo2? Estão podres por baixo? e porquè? E a radiografia?Não seria de "inundar" o site deles a pedir explicações? E onde está quem percebe disto? E outras opiniões avalizadas? O que vamos fazer? Parece que houve uma directiva qualquer a dizer - Cortem Arvores, digam que estão doentes! O que havemos de fazer em tantes frentes? Já não é só o interesse dos construtores ...
 
Os troncos cortados parecem sãos. O terceiro indivíduo a contar da entrada do museu, junto ao carro vermelho na primeira foto, foi o que me pareceu menos bom junto à base. Mesmo assim só depois de "autopsiado" é que se pode fazer uma ideia de como está por dentro.

Admito que um especialista tenha feito um teste mais sofisticado a estes pacientes - p. ex. sonda ou não intrusivo tipo eco - mas então para que foi o descasque em duas das árvores ? Dá ideia de uma abordagem grosseira tipo "meia bola e força" ... por isso é que valia pena, explicar aos cidadãos o que se vai fazer, como e porquê.

Afinal quem paga somos nós - ou não ?


JJ
 
LODÃOS DOENTES ?

Tenho que reconhecer que estou com alguma dificuldade em aceitar a explicação de que os lódãos da Rua D. João Castro estavam doentes. O que eu vejo é que, com o desaparecimento dos lódãos, a entrada do Museu projectado pelo arquitecto mais “venerado” de Portugal se vê melhor. A coincidência de esse arquitecto ser conhecido em Portugal e estrangeiro por não gostar de árvores, será talvez apenas coincidência. Segundo dizem, os lódãos foram cortados porque estavam doentes.
A propósito de lódãos doentes, aproveito este espaço para convidar os portuenses a passarem na Av. Antunes Guimarães (avenida que liga a Av. da Boavista a Pereiró) e ver o aspecto de lódãos doentes, esses sim, provavelmente atacados por um fungo; a sintomatologia é clara: i) árvore pouco vigorosa; ii) copa com baixa densidade de folhas iii) presença de raminhos sem folhas que se destacam da copa; iv) casca na parte basal do tronco podendo apresentar fissuras longitudinais. No ano passado todos os lódãos que, em Maio, apresentavam esta sintomatologia, secaram em Junho, tendo sido posteriormente cortados. Junto algumas fotografias e convido os portuenses a comparar o vigor dos lódãos da Rua D. João Castro com o vigor dos lódãos doentes da Av. Antunes Guimarães. Convido também a observarem os colos das árvores cortadas (hoje ainda lá estavam) e ver a madeira clara sem qualquer defeito apenas suja pela gasolina da motosserra. Lódãos doentes ou impessilhos para outras abordagens?
Assina: Likisá
 
Terei muito gosto em disponibilizar fotografias dos referidos lódãos doentes. Não sei como enviar fotos para o bloog. Likisá.
 
Vivam e obg por comentarem!
likisa -pode enviar as fotos para o mail do Dias com árvores
dias-com-arvores@sapo.pt
 
A mim, que sou leigo no assunto, e pelos troncos cortados parece-me que estas arvores estavam de plena saúde.
Mas posso enganar-me no diagnóstico, especialmente por ser feito quando se deve chamar pelo legista de serviço.
 
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